17/08/2011
A base da constelação familiar é que o constelador saiba que está a serviço de uma realidade que se oferece para vir à luz. Ele, portanto, não é um fazedor que a partir de si mesmo inicia e quer alcançar algo. Ele sabe que só com discrição, com uma discrição atenta pode possibilitar que algo oculto saia à luz.
E o que veio à luz é o que atua. Quando o terapeuta ou o constelador se comporta assim aqui, a palavra terapeuta deixa de ser um bom conceito, porque a constelação familiar é um movimento humano universal, um movimento filosófico que tem ido muito além da psicoterapia.
Quando, em relação ao que se evidencia, o constelador tem a coragem de: em primeiro lugar encarar algo ele mesmo, em segundo expressa-lo e em terceiro solicitá-lo, nada de mal pode acontecer, pois a realidade não causa danos. O medo de olhar a realidade nos olhos pode causa danos, pois nesse momento algo será reprimido no inconsciente e dali, pode atuar de maneira nociva. Por essa razão um constelador familiar, sempre que proceda desta maneira, não pode no fundo, prejudicar ninguém. Isso quer dizer que, enquanto ele espera cautelosamente que algo venha à luz.
E, assim como venha à luz, deve permanecer, sem ser minimizado ou limitado, com toda a sua força. Neste momento o constelador familiar se comporta como alguém que está a serviço de algo maior. E ele exige do cliente que seja adulto, isto é, que encare sua realidade de frente.
Bert Hellinger
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