13/09/2012
Na paz o coração descansa, pois a luta que precede a paz é principalmente uma luta no coração, na própria alma. A luta nasce porque o coração quer uma coisa e combate a outra, anseia por uma e teme a outra, dedica-se a uma e exclui a outra, querendo livrar-se dela. Buscando ansiosamente uma coisa e rejeitando a outra, o coração fica intranquilo e ao mesmo tempo se estreita.
Somente tem paz o coração grande, aquele onde o outro, o diferente também tem seu lugar e se acalmam a culpa pessoal, o próprio fracasso, o que era temido ou julgado mau. Em outras palavras, os outros, com as suas diferenças, podem estar nesse coração, inclusive aqueles considerados maus. Um coração que alcançou a paz é um abrigo de paz entre os seres humanos. Não necessariamente entre uma pessoa e outra seria querer demais; mas à medida que ambas penetram juntas num espaço interno, que as acolhe igualmente.
Em última análise, todos os seres diferentes dependem uns dos outros. Em sua diferença cada um é querido e conduzido por algo de que depende e que o limita em suas possibilidades. Quem diz sim a todas as coisas como são fica em sintonia com esse poder maior e abrangente e, com isso, também com todos os homens. Ele está em paz com todos.
BERT HELLINGER
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